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Exposição inédita no Museu do Louvre explora a história da moda da Europa

Pela primeira vez, o Louvre abre suas portas para uma mostra dedicada à moda, com peças de marcas icônicas como Chanel e Balenciaga, criadas entre 1960 e 2025, mas que dialogam com diferentes períodos históricos.

Se visitar todo o Louvre já exige tempo (estima-se que seriam necessárias 105 horas para explorar todas as suas obras), agora os apaixonados por moda terão mais um motivo para se demorar. A exposição “Louvre Couture: Objets d’art, objets de mode” foi inaugurada na última sexta-feira, ocupando 9 mil metros quadrados do maior e mais visitado museu do mundo.

Curada por Olivier Gabet, diretor do departamento de Objetos de Arte do Louvre, e com cenografia assinada por Nathalie Crinière, a mostra reúne 71 silhuetas e cerca de 30 acessórios de grandes nomes como Dior, Givenchy, Chanel e Balenciaga. As peças, que vão do luxo contemporâneo à inspiração histórica, traçam um diálogo entre moda, arte e design.

O percurso começa com criações em ouro, marfim e pedras preciosas que remetem à Idade Média, avança pelo Renascimento e chega ao século XIX, com roupas exibidas nos apartamentos de Napoleão III. Entre os destaques está um casaco desenhado por Karl Lagerfeld para a Chanel em 2019, inspirado em uma cômoda do século XVIII criada por Mathieu Criaerd.

Para Laurence des Cars, diretora do museu, a exposição revela como a moda se conecta profundamente com as artes decorativas e os objetos de arte. “Essa apresentação nos permite ver novas perspectivas de algumas das maiores obras-primas do Louvre, do período bizantino ao século XIX, reinterpretadas pelo olhar dos criadores contemporâneos.”

A exposição fica em cartaz até 21 de julho, e os ingressos custam 22€. As entradas podem ser adquiridas online.

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Arte, Cultura e Estilo: Um Encontro de Conexão Com A Potência de Exu de Alberto Pitta na Casa Arara de Verão

É um privilégio imenso estar diante de obras de Alberto Pita, artista plástico contemporâneo baiano, cuja arte carrega tanta ancestralidade, força e significado. Cada detalhe é um convite para refletir sobre a potência da cultura afro-brasileira e sua importância.

Apesar de não ser conhecedora das religiões de matriz africana, me interesso pela riqueza cultural que elas carregam. Posso estar errada, mas entendi que Exu, representado nessa obra, é movimento, transformação e abertura de caminhos. Acredito que quanto mais conhecemos culturas diversas, menos espaço damos aos preconceitos e mais abertos nos tornamos para o diálogo.

Laroyê, Exu! Que sua presença nos guie em caminhos de conexão, aprendizado e transformação.

Sobre o look… Esse conjunto já me acompanhou em várias ocasiões! Vocês já o viram por aqui em diferentes propostas, sempre com uma terceira peça ou acessórios que renovam completamente a composição. Ontem, decidi simplificar: nem bolsa levei!

O truque de estilo da vez foi a sandália amarrada por cima da calça. Isso trouxe um ar mais casual para a pantalona e, ao mesmo tempo, permitiu que eu usasse uma sandália rasteira sem que a barra da calça atrapalhasse enquanto eu dançava.

E aí, o que acharam dessa ideia? E do look?

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A Mensagem Oculta nos Looks de Melania Trump: Moda, Poder e Polêmicas

O chapéu de Melania Trump chamou a atenção pela forma como criou um distanciamento entre ela e o seu marido. Isso nos leva a refletir sobre a influência que uma peça de roupa pode ter na linguagem corporal.

Historicamente, o chapéu é um acessório funcional, utilizado como proteção, mas cada modelo carrega uma mensagem distinta. Alguns modelos, por exemplo, podem adicionar status social ao look.

No caso de Melania, o chapéu ocultou seu olhar, limitando sua comunicação visual e restringindo o acesso às suas emoções.

look de Melania, como um todo, nos leva a debater os símbolos da moda e seus impactos visuais.

Sobre a cor…

Ao optar por um alto contraste entre o off-white e o azul-marinho escuro, Melania causou uma percepção visual marcante. O azul-marinho, opaco, escuro e neutro, transmitiu sobriedade e seriedade.

Sobre o design…

A modelagem do sobretudo apresentou:

Linhas retas, que comunicam retidão e assertividade;

Pontas, que evocam uma sensação de risco, sendo percebidas como uma estrutura ameaçadora que desencoraja aproximação.

Essa escolha também se reflete no modelo do sapato: um scarpin de salto altíssimo, que simboliza controle e equilíbrio, evidenciado pela postura de Melania.

Sobre o tecido…

O tecido rígido, com fios grossos para garantir maior aquecimento, conferiu estrutura à peça, tornando-a firme e bem definida. Essa rigidez limitou a movimentação e eliminou qualquer sobra de tecido, proporcionando um ajuste preciso ao corpo. Melania vestiu uma peça produzida exclusivamente para ela, o que exigiu planejamento e antecedência.

Ao comparar o look da posse de 2017 com o de 2025, observa-se que o primeiro trouxe cores claras e linhas sinuosas, comunicando uma imagem mais acessível. Isso contrasta fortemente com as características visuais do look de 2025, que enfatizam distância, rigidez e autoridade.

A escolha de Melania reflete intencionalidade!

Todo o look revela um alinhamento coerente com as ideias que seu marido apresentou no discurso de posse para o atual governo.

Motivações passadas

Não é a primeira vez que Melania usa a moda com motivação. No passado, ela já protagonizou polêmicas fashions.

Em 2018, na sua primeira viagem oficial ao Quênia, Melania usou um chapéu branco redondo, modelo considerado simbólico, pois era associado aos exploradores europeus durante o período colonial.

Já em 2020, ao visitar crianças imigrantes no Texas, Melania vestiu uma parca com a frase “I really don’t care. Do u?” (“Eu realmente não ligo. Você liga?”). Na ocasião, ela afirmou que sempre escolhe suas roupas, reforçando a intenção por trás de cada peça usada.

E você? Quanta intencionalidade está colocando nos seus looks?

Que tal usar a moda para expressar quem você realmente é?

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Dona Fulô e Outras Joias Negras… vá!

Você já pensou em aprender moda e história ao mesmo tempo enquanto faz um belo passeio? E aqui vale a pergunta… quantas vezes você vai ao museu durante o ano?

A exposição ‘Dona Fulô e Outras Joias Negras’ me transportou para o passado, mostrando como as joias de crioula eram muito mais que acessórios. Era poder, era resistência!

Para mim, a moda vai muito além das tendências. É sobre entender os significados por trás das peças, os símbolos e a história que elas carregam.

Ela teve a curadoria feita por Carol Barreto, Eneida Sanches e Marília Panitz. Conta com obras de 22 artistas baianos contemporâneos e a rica coleção do baiano Itamar Musse faz parte da exposição.

E você, já teve a chance de visitar essa exposição?

Se ficou interessado ela estará no Museu de Arte Contemporânea até o dia 16 de fevereiro de 2025.

O que: exposição “Dona Fulô e Outras Joias Negras”
Quando: de 7 de novembro de 2024 a 16 de fevereiro de 2025. Terça a domingo, das 10 às 20h.
Onde: Museu de Arte Contemporânea da Bahia (MAC) – Endereço: Rua da Graça, nº 284, Graça, Salvador (BA)

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Moda nas Olimpíadas

Se moda não importasse, o barrete frigio usado pelos insurgentes na revolução francesa não teria se tornado símbolo da liberdade e mascote da atual olimpíada na França.

Outra prova sobre a importância da moda foi look do porta bandeira da delegação palestina. A camisa estava bordada com mísseis em um dia ensolarado atingindo crianças. Ele não perdeu a oportunidade de comunicar o que está acontecendo no seu país.

E os collants da ginástica artística? Eles viraram pauta e podem elevar a segurança e autoestima das atletas.

Moda importa! Moda é sobre política e narrativa de imagem, seja individual ou coletiva.

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COB e Riachuelo

O que está por traz do look das Olimpíadas?

Fato que a sociedade vem debatendo o looks de abertura produzidos pela Riachuelo para o COB. Fato também que já vimos diversas opiniões contraditórias.

Mais verdade ainda é que independente se feio ou bonito, representativo ou não, fica o aprendizado de que MODA IMPORTA e nenhuma decisão é aleatória.

Faltou respeito pela nossa cultura, pelos nossos atletas, pelos nossos designers e em uma sociedade onde se faz necessário ter um olhar interseccional… moda é política e política versa sobre interesses.

Me conte… o que você pensa sobre o que eu levantei? O Brasil perdeu ou não uma grande oportunidade de mostrar sua moda e melhor imagem para o mundo?

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Com desfiles e novas coleções, setembro é um mês animado para a moda

Setembro é um mês movimentado para a moda. Assim como maio. Em setembro, a primavera acrescenta cor e brilho, enquanto em maio pensamos em nos proteger do frio e da chuva.

São meses de lançamento de coleções e desfiles. Algo que foi perdendo força quando a indústria da moda passou a lançar coleções semanais. Ainda assim, há uma mudança climática, no estilo de vida e comportamento do dia a dia.

Com o Sol saímos mais de casa, vamos mais às ruas e sorrimos mais. Comportamentos que podem ser explicados inclusive cientificamente. Por isso, ainda é importante celebrar. 

É com esse intuito que vejo as marcas de moda se movimentando. Shoppings fazendo eventos! Esses eventos de moda são momentos de reencontro dos profissionais da área, oportunidade de diálogos sobre moda e um presente para o olhar além do street style e das vitrines. 

Foi assim que o Salvador Shopping enredou um desfile em sua Praça Central na última quinta-feira (9/9). Desenvolveu uma narrativa inspirada na vida e obra de Frida Kahlo. Com muitas cores, brilho e ousadia, tal como a homenageada. Frida é referência de força e símbolo feminista, por seu trabalho e liberdade no viver. 

Imagens Beto Foto

As tendências e principais looks farão parte de uma exposição instalada em pontos estratégicos do Shopping até o dia 25 de setembro. 

O tema calhou, inclusive, porque o shopping receberá a exposição imersiva “Frida Kahlo – A Vida de um Ícone”, que desembarcara no Salvador Shopping no dia 5 de outubro. 

Eu estou ansiosa para a imersão! E vocês?

Este texto foi originalmente postado no Aratu On https://aratuon.com.br/colunista/kikamaia/moda/com-desfiles-e-novas-colecoes-setembro-e-um-mes-animado-para-a-moda

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Moda masculina de produção local como opção para o Dia dos Pais

Ainda não comprou o presente do Dia dos Pais? Vou te dar sugestões de presentes para os papais estilosos e que gostam de moda. Dá tempo! E todas as marcas listadas a seguir são daqui da Bahia.

Uma marca já consolidada no mercado soteropolitano é a Euzaria (@euzaria_). A marca, além de fazer moda, já foi engajada em diversos projetos sociais na cidade. Hoje, a cada peça vendida, há uma contribuição que garante um dia de aula para um jovem, através da parceria com o Instituto Aliança.  

Uma opção saída do forno são as camisas lançadas pela Preta Brasil (@pretabrasil). A marca idealizada por Luana Bonfim entrega pra Salvador uma moda afetiva que inspira liberdade para ser quem é. 

Para os papais que gostam de sofisticação, temos como opção a Ateliê 2 (@atelie_2 ). Na marca você encontra produtos de couro produzidos a mão, a exemplo de pulseiras, necessaires e objetos de decoração.

Como curtir um praia com o pai será sempre uma opção, em Salvador, também temos indicação de moda praia, um dos maiores mercados de produção local. Você sabe se a marca onde compra produz e gera emprego na cidade? Existe essa possibilidade! E uma dessas marcas é a Vivire (@universovivire), que conta com algumas estampas exclusivas, o que pode agradar o papai mais exigente, que gosta de se sentir especial.

Quem acompanha o cenário de moda local já ouviu falar da Meninos Rei (@meninosrei), assinada pelos irmãos Júnior e Céu Rocha. Quem ainda não conhece, vai encontrar uma marca de empreendedores que valorizam o estilo, a ousadia e a originalidade. A marca usa de estampas e modelagens que valorizam a ancestralidade africana.

E aí, gostou das dicas? 

Este texto foi postado originalmente no Aratu On https://aratuon.com.br/colunista/kikamaia/moda/moda-masculina-de-producao-local-como-opcao-para-o-dia-dos-pais

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Está todo mundo falando e desejando coturno tratorado, não é?

No meu subconsciente, o coturno esta atrelado à subcultura e ao vestuário masculino, mas procurei mais informações para saber se não estava enganada. Eu não queria ler sobre sapato com perneira ou bota sem cadarço. Queria ver umas referências históricas do coturno como ele é.

Vi imagens de botas na história de diversas culturas. Vi as botas dos cavaleiros mongóis, onde haviam peças de metal que protegiam suas pernas e davam estabilidade durante a montaria. Vi botas nos esquimós que serviam como proteção ao frio e, por isso, precisavam ter pelos. E na Europa Ocidental, as botas aparecem em tradições folclóricas. O traje português é um exemplo. Mas, nenhuma delas apresentava o cadarço do coturno atual. 

Os sapatos que mais se assemelhavam aos coturnos eram os da primeira guerra. Os sapatos com perneiras dos oficiais ocidentais e as botas de algumas imagens russas. 

Fui finalmente buscar o coturno nas subculturas mais recentes e o encontrei calçando alguns poucos motociclistas dos anos 50. 

Foi ao ver as imagens da subcultura dos skinheads dos anos 60 que tudo fez sentido. Já que os skinheads pensam de forma nacionalista, assim como os russos na 2ª Guerra. Nessa época dos primeiros skinheads, os coturnos eram combinados com calças, jeans, suspensórios e casacos com pele de carneiro. 

Não esquecendo que, em diversas outras subculturas – o que você pode chamar também de culturas contestadoras à dominante -, os coturnos foram expressões de rebeldia. Punks, roqueiros e metaleiros são exemplos. 

E hoje? Por que estamos falando e desejando comprar coturnos? Vale lembrar que na coleção INVERNO de 2020 da Prada os coturnos tratorados foram desfilados. Tinha até bolsinha na bota. Os lançadores de tendências usaram, viraram chacota, a bolsinha saiu e agora em 2022 tem coturnos tratorados em uma infinidade de marcas. 

Como usar? Para saber como usar uma peça da moda é só lembrar o que ela agrega ao look. No caso do coturno, ele traz peso e rebeldia. Se o coturno for tratorado, o look fica ainda mais pesado.

Na hora de escolher é indispensável levar em consideração a variação de cor do couro. Um coturno branco ou bege vai causar menos impacto visual se estiver em uma composição com roupas de cores próximas e mais leves.

Ah! Uma característica do coturno é o cadarço fechando a abertura na frente. As vezes os designers substituem ou agregam fivelas. 

E aí? Vai usar?

Este texto foi postado originalmente no Aratu On https://aratuon.com.br/colunista/kikamaia/moda/esta-todo-mundo-falando-e-desejando-coturno-tratorado-nao-e

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Nada que você vista vai te trazer o prestígio que os homens têm.

Vou, de inicio, preparar vocês para me odiarem um pouquinho. O que venho publicar pode causar um certo desconforto, principalmente sendo dito por uma consultora de moda e imagem.

Vamos combinar? Nada que você vista vai te trazer o prestígio que os homens têm. Nós mulheres podemos vestir o mesmo terno, calçar o mesmo sapato, ter o mesmo corte de cabelo e ainda assim não teremos o mesmo olhar para a nossa competência. Exemplo disso? Os homens trans. 

Surpresa? No fundo não, né? Porque muitas de nós já passamos por isso! Sabia mais que ele, estava até mais bem vestida que ele, mas a promoção chegou para ele e não para ela. 

No meu caso, mesmo tendo o estudo mais aprofundado sobre moda, já me deparei com homem de conhecimento raso com ousadia para não me deixar falar. Quem presenciou ouviu os despautérios ditos.

Diante tudo isso, eu, enquanto crítica do meu próprio trabalho, vinha me questionando se não reforço o prestígio dos signos e das roupas vestidas pelos homens. Principalmente quando eu prego sobre os significados de cada peça. Quando falo da formalidade versus a informalidade de cada roupa. 

Tecido rígido? Formalidade!

Tecido fluido? Informalidade.

Pele mais coberta? Formalidade!

Mais pele à mostra? Informalidade.

Linhas retas? Formalidade!

Linhas curvas? Informalidade.

É cabível entender assim? Mais formal o que vem sendo, ou foi originado, pelo vestir dos homens? 

Outro ponto: será que eu também não estou reforçando o abismo das diferenças de gênero? Quando digo que babado é lido como romântico, delicado, e a risca de giz como mais imponente. Isso não reforça a opressão sobre as mulheres?

Pois bem, ao ler o livro “A Moda e o Cérebro”, de Nathalia Anjos, entendi que diante da neurociência você não consegue desconstruir os signos se não souber os seus significados. Eu não compreendia e me via indignada ao ver a ciência sendo usada para manutenção de opressões. Mas agora eu sei o porquê. Eu acredito no avanço da humanidade para um futuro melhor, e tenho enraizado em mim que a ciência pode – e deve – ser usada para isso.

Meu maior e melhor output este ano foi entender que para desconstruirmos as opressões através da moda precisamos “bugar o sistema”. Como fazemos isso? Usando os diversos signos em camadas e não nos colocando em caixinhas. 

Contem comigo enquanto consultora e militante feminista.

Este texto foi originalmente postado no Aratu On https://aratuon.com.br/colunista/kikamaia/moda/podem-saber-mais-usar-terno-mulheres-ainda-nao-tem-o-mesmo-prestigio-que-os-homens

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