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Looks Juninos: signos visuais do Nordeste

Looks Juninos: signos visuais do Nordeste

As festas juninas são mais do que uma tradição popular. São uma manifestação estética de pertencimento, memória e afirmação cultural. E isso se traduz, sim, nas roupas. Valorizar os signos visuais das nossas próprias narrativas é, também, um ato político e de identidade.

Por isso, quando falamos em looks juninos, é importante reconhecer — e questionar — a predominância de um imaginário que muitas vezes não nos representa: o rural estadunidense. Chapéu texano, franjas e botas country são elementos recorrentes, mas destoam da essência do São João nordestino.

Aqui, a proposta é outra. É resgatar e exaltar os códigos visuais que nascem da terra, da cultura popular, do saber ancestral. A seguir, organizo os principais elementos que constroem uma estética junina genuinamente nordestina.

Paleta de Cores: o que comunica a nossa festa

Cores primárias e vibrantes

Vermelho, amarelo, azul. Cores fortes, acessíveis, com alto poder simbólico e histórico. Essas tonalidades carregam um legado ancestral — negros e indígenas já as utilizavam como forma de comunicação visual. No São João, elas aparecem com potência nas estampas clássicas como o xadrez Madras e a chita. Expressão afetiva e cultural.

Tons terrosos

Sertão, seca, barro, palha, couro, madeira. Essa paleta mais sóbria traduz o Nordeste árido com fidelidade e profundidade. Remete ao chão batido, ao trabalho manual, à rusticidade que é também resistência. Conexão direta entre estética e território.

Estampas: memória têxtil e simbólica

Xadrez

O xadrez é símbolo forte, mas não deve ser tratado como uniforme obrigatório. Ele varia em cores, padronagens e estilos — do Madras ao vichy — e cada variação adiciona complexidade e riqueza ao repertório visual junino.

Chita

Florais grandes, em algodão e com cores intensas. É tecido popular, mas não simplista: é resistência cultural. A chita é um dos pilares da estética popular brasileira.

Liberty

Com suas flores miúdas e delicadas, a estampa liberty carrega leveza, romantismo e certa nostalgia. Reforça a feminilidade e complementa a estética rural com suavidade.

Tecidos: o corpo vestido com verdade

Algodão cru, linho, viscose, juta, jeans. Tecidos naturais e texturizados que reforçam o vínculo com o ambiente rural. O jeans, por exemplo, é um clássico que transita entre campo e cidade, mantendo raízes no trabalho rural com uma leitura contemporânea e urbana.

Aviamentos: o detalhe como símbolo

Tradição artesanal

Rendas, bordados, aplicações. São elementos que traduzem regionalidade, delicadeza e história. É artesanato, mas também é sofisticação cultural.

Populares e potentes

Fitas, viéses, sianinhas. Simples na execução, impactantes no resultado. Estão presentes em vestidos, camisas e acessórios, reforçando a estética popular.

Patchwork: estética da escassez como potência

Essa técnica de junção de retalhos surgiu da necessidade, mas se transformou em linguagem estética. O patchwork é hoje símbolo de criatividade, resistência e autenticidade visual.

Modelagens: o corpo em movimento e expressão

Babados e franzidos

Volumes estratégicos que ampliam a silhueta e criam presença cênica. Evocam emoção, teatralidade e o dinamismo da dança.

Saias rodadas

Icônicas. Quando giram, expressam alegria coletiva e protagonismo. Representam liberdade, mas também resistência e identidade cultural.

Camisas

Especialmente as xadrezes, remetem diretamente à figura do trabalhador rural. São ressignificadas nas festas como emblemas culturais, com autenticidade e estilo.

Calçados: botas (ou não)

A bota é um clássico, sim — mas não é regra. Sandálias e sapatos de couro, com ou sem salto, também funcionam dentro dessa estética, desde que respeitem a proposta: rusticidade, conforto e coerência imagética.

Acessórios: não são enfeites, são linguagem

Acessórios cumprem função estratégica. São marcadores visuais de pertencimento cultural. Chapéus de palha ou feltro, lenços, cintos de couro, bolsas de tecido rústico, adornos de cabelo como laços e flores — todos operam dentro de um sistema simbólico. Não são ornamentos, são reforços de narrativa.

Repertório pessoal: você já tem o que precisa

Muito do que compõe um bom look junino já está no seu armário. Às vezes, falta apenas um novo olhar. Um styling intencional. Uma proposta que conecte estética e identidade.

Como consultora de imagem, posso te ajudar a montar um visual que traduza quem você é, com autenticidade, sem cair no caricato ou no exagero estereotipado. Vamos construir juntos uma comunicação visual que tenha propósito, beleza e verdade.

Conclusão

As festas juninas são um campo fértil para expressar nossa cultura e nosso estilo com sentido. Trocar o excesso de country pelos símbolos visuais do Nordeste é mais do que estética: é afirmação.

Importante reforçar: o Brasil é um país continental, com repertórios culturais diversos. Este conteúdo parte de uma perspectiva nordestina, com foco no imaginário visual da Bahia — e reconhece que as leituras das festas podem (e devem) variar conforme os territórios.

Se você quer viver o São João com mais identidade, me chama. Vamos montar esse look com intenção, memória e presença.

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Semana Fashion Revolution Salvador 2025: moda ativista, ação coletiva e propósito

Mais uma vez, Salvador se conecta a um movimento global poderoso que pulsa propósito e consciência. De 22 a 26 de abril, a nossa cidade será palco da Semana Fashion Revolution Salvador 2025… uma programação que convida a pensar, sentir e agir por uma moda mais ética, transparente e responsável.

A mobilização parte do Fashion Revolution Brasil, que atua para ampliar o acesso à informação e engajar a sociedade em ações concretas por uma moda mais justa. E é a partir desse chamado que a rede local se articula e coloca a mão na massa… reunindo representantes, consumidoras, costureiras, criadoras, comunicadoras, estudantes, empreendedoras e pesquisadoras que acreditam na moda como ferramenta de transformação social.

E pra mim tem um gosto especial acompanhar tudo isso admirando o trabalho da amiga Ana Fernanda, com quem aprendi tanto sobre esses temas… Ela representa o movimento aqui em Salvador e é consultora de comunicação e pesquisadora em moda e sustentabilidade, com uma trajetória marcada pelo engajamento em pautas sociais e ambientais. Com sensibilidade e firmeza, ela e Marina de Luca têm articulado ações fundamentais para tornar o movimento cada vez mais plural e acessível na nossa cidade.

Confira a programação completa e vem com a gente fortalecer essa rede que costura futuro com afeto, consciência e responsabilidade…

OFICINA DE REAPROVEITAMENTO TÊXTIL
Quando: 22 e 23 de abril | 9h às 11h30 e 13h às 16h
Onde: Loja Humana – Piedade
Oficina prática para quem deseja transformar resíduos têxteis em novas possibilidades de uso. Ideal para iniciantes e entusiastas do upcycling.

BATE-PAPO | Diversidade, equidade e pertencimento na moda
Quando: 23 de abril | 17h
Onde: Faculdade de Comunicação da UFBA – Sala 5 – Ondina
Com: Sillas Filgueira, Dellamora Luz Kieva e Maruaia Castro.
Reflexão urgente sobre os corpos e vozes que são (ou não) incluídos no discurso da moda.

BATE-PAPO | Abadás como resíduos têxteis no Carnaval
Quando: 24 de abril | 18h às 20h
Onde: Laje da SECIS – Rua da Grécia, 14 – Comércio
Com: Ivan Euller (Secis), Hilza Cordeiro (Repense Reuse/Humana Brasil), Dija Costa (Milieco), Loyola Neto (Ecoloy/Liga do Bem), Carlos Viana Neto (Sotero Ambiental) e Projeto Refoliar.
Mediação: Marina de Luca (Fashion Revolution)
Um olhar crítico sobre a cadeia de consumo e descarte gerada por um dos maiores eventos culturais do Brasil.

Inscrições gratuitas pelo Sympla: Clique aqui

JORNADA FASHION REVOLUTION 2025 | QUE MODA CIRCULAR PODEMOS TER?
Quando: 25 de abril | 8h30 às 12h30
Onde: Auditório da Unifacs – Campus Tancredo Neves
Inscrições gratuitas pelo Sympla: Clique aqui

Realização do Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura (UFRB/CNPq), com apoio da Unifacs, Pós-Cultura/UFBA e PPGCOM/UFRB. A jornada propõe um olhar crítico sobre os impactos das cadeias da moda e joalheria, estimulando soluções viáveis e conscientes.

Destaques da programação:

  • Abertura com a Profa. Renata Pitombo Cidreira
  • Mesa “Moda circular na prática: do descarte ao reuso”, com Aline Veiga, Larissa Iten e mediação de Mônica Rocha
  • Mesa “Re-pensando a materialidade na joalheria responsável”, com Ana Beatriz Simon, Leila da Cruz, Márcia Ceres e Débora Miscow; mediação de Gina Reis

DIA DA MANUALIDADE | ENCERRAMENTO DA SEMANA
Quando: 26 de abril | 13h às 17h
Onde: Museu de Arte da Bahia – Área externa
Uma tarde de trocas, saberes manuais e conexões reais com a moda local.

Programação:

  • Abertura com Yoga – Tarsila Ferreira
  • Oficina de upcycling – Sônia Bastos e Micaele Santos
  • Plantão de consertos de roupas
  • Construção de bonecas de tecido – As Fadas Bordadeiras
  • Bate-papo Fashion Revolution – Ana Fernanda Souza e Marina de Luca
  • Oficina de estamparia – Rafaela Monteiro
  • Oficina de joias com material descartado – Bia Simon
  • Bazar de trocas final

Pense global, aja local: quem é o Brasil na revolução da moda?
Essa é a pergunta que guia a Semana Fashion Revolution 2025 em todo o país — e aqui em Salvador, a resposta vem em forma de ação coletiva, crítica social e construção de futuros possíveis.

Participe. Divulgue. Construa. Essa revolução também é sua.

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Estilo Boho: Muito Além do Hippie Chic

Um termo que está em alta nas conversas de moda é o BOHO. Mas será que todo mundo entende, de fato, o que ele representa?

Muita gente associa o boho ao “hippie chic”, o que não está errado , mas a verdade é que esse estilo vai muito além de uma estética dos anos 70. Ele é uma fusão de referências culturais e estéticas que resultam em uma expressão cheia de personalidade.

“Boho” é a abreviação de bohemian, um movimento artístico e cultural do século XIX. Na época, os boêmios viviam à margem das convenções sociais, buscando uma vida mais livre, criativa e autêntica.

Essa liberdade e desapego às normas sempre é incorporada à moda, mas sendo ressignificada a cada geração.

As Influências por Trás do Estilo

O boho contemporâneo é o resultado de um verdadeiro mix de estilos. Ele une elementos de diferentes estéticas:

  • Hippie: tecidos leves, fluidez e um visual despretensioso.
  • Folk: bordados artesanais, franjas e materiais naturais como camurça e tricô.
  • Vintage: peças com referências retrô, geralmente garimpadas em brechós ou com ar de “peça com história”.
  • Gipsy: lenços, maxi acessórios, estampas paisley e uma mistura de cores vibrantes.
  • Western: botas cowboy, chapéus, cintos largos, com estética mais rústica e cores mais terrosas (maarons e beges).

Quais são as peças-chave do Boho?

Se você quer flertar com essa estética no seu guarda-roupa, estas são algumas peças clássicas do boho:

  • Vestidos longos e fluidos
  • Batas bordadas
  • Saias longas e esvoaçantes ou de couro com franjas
  • Franjas… inclusive em bolsas e jaquetas
  • Peças em crochê artesanal
  • Botas diversas
  • Acessórios em prata envelhecida com pedras naturais

Mas atenção… isso não significa que você deva usar tudo ao mesmo tempo ou sair comprando por impulso.

Tendência ou Estilo?

Cabe aqui uma pergunta chave: você quer adotar o boho porque está em alta ou porque ele condiz com o seu estilo?

É aqui que entra a Consultoria de Imagem. O estilo boho pode até ser uma tendência, mas ele só deve entrar no seu armário se fizer sentido para o seu estilo de vida, sua identidade visual e o que você deseja comunicar.

Se você se identifica com o chapéu western, com as franjas do folk, com os comprimentos gipsy ou com os tecidos leves… ótimo! Mas, se não faz sentido para você, não use.

Nâo esqueca que a moda tem o poder de comunicar quem você é. O boho pode ser uma ferramenta de expressão pessoal, mas precisa ser interpretado… e não apenas replicado.

Quer incorporar o boho de forma autêntica ao seu guarda-roupa?

Eu posso te ajudar com isso.

Por meio da Consultoria de Imagem, você descobre o que realmente combina com você… respeitando sua essência, seus objetivos e sua estética pessoal.

Mande uma mensagem e vamos juntas traduzir seu estilo.

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Goya Lopes no MAM-BA: quando o tecido é arte e memória

Hoje vivi uma emoção difícil de colocar em palavras. Fui à abertura da exposição “Okòtò: Espiral da evolução”, de Goya Lopes, no Museu de Arte Moderna da Bahia. E confesso: saí de lá profundamente tocada.

Goya sempre foi uma referência pra mim, mesmo antes de eu entender o que era moda. Há 25 anos, quando ainda trabalhava no aeroporto, eu passava na frente da loja onde seus tecidos estavam expostos… e parava. Encantada! Era como se aqueles panos me contassem histórias que eu ainda não sabia ler. Na época, eu nem imaginava que um dia trabalharia com moda. Mas Goya já me impactava, já me ensinava… silenciosamente.

Quando mergulhei nos estudos, compreendi o que meu olhar já intuía: Goya Lopes não é apenas estilista… é artista, é pensadora e é patrimônio vivo. Seu trabalho ultrapassa a estética. Seus tecidos são registros de memória, identidade e resistência. Ela entrelaça saberes ancestrais com linguagem contemporânea e transforma tudo em experiência cultural.

A exposição no MAM é um reconhecimento justo e necessário. Com mais de 50 anos de trajetória, Goya nos entrega uma mostra que reúne pinturas, gravuras, tecidos e uma instalação potente com fragmentos de sua produção têxtil. Uma verdadeira imersão no universo criativo de uma mulher que construiu um repertório visual profundamente ligado à cultura afro-brasileira e à história da moda baiana.

Sinto orgulho, reverência e gratidão por poder ver essa artista sendo celebrada como merece. E recomendo fortemente a visita.

A exposição está aberta no MAM-BA, a partir de amanhã, 9 de abril.
A curadoria é cuidadosa, o acervo é emocionante e a presença de Goya, mesmo em silêncio, ocupa cada canto da sala.

A moda é também sobre contar histórias e Goya é um capítulo essencial. (Emocionada!)

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4 Influenciadoras Inspiradoras na Moda

4 Influenciadoras Que Me Inspiram na Moda – E Por Que Você Precisa Conhecê-las!

Hoje quero compartilhar algumas influenciadoras que me inspiram aqui no Instagram.

Cada uma delas traz uma perspectiva única sobre moda: seja desafiando padrões, resgatando ancestralidade, inovando com criatividade ou trazendo novas formas de se expressar através das roupas.

@tephmarques — Mostra que moda é para todos os corpos, trazendo um olhar especial para quem tem uma estatura fora do padrão.

@estilodudaborges — Da Amazônia para o mundo, ela une história, ancestralidade indígena e maximalismo de um jeito incrível.

@roz_creativestylist — Com estilo clássico, ela usa criatividade para reinventar peças tradicionais, provando que moda e idade não têm limite.

@laurabrito — Além de vestir, ela cria! Com a máquina de costura, transforma peças e valoriza suas raízes nordestinas com muita autenticidade.

Essas são algumas das minhas inspirações! A ideia desse post surgiu quando uma amiga me perguntou que conteúdo eu consumia e me inspirava.

E você? Indica alguma produtora de conteúdo? Quem tem te ajudado a ver moda por outras perspectivas? Já se perguntou?

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Abadás e a Reflexão sobre Moda Consciente no Carnaval

Já parou para refletir sobre o uso dos abadás nos camarotes? Este assunto vai muito além do resíduo têxtil; ele envolve questões ambientais, sociais e culturais, que merecem nossa atenção. Basta ter um olhar mais amplo e interseccional.

Recentemente, ao ver os Reels de Henri Barbosa, @henri.barb, e André Carvalhal, @carvalhando, com Ana Rodrigues, @a.ana.rodrigues, comecei a refletir mais profundamente sobre o papel dos abadás, especialmente no Carnaval de Salvador. O abadá sempre foi uma peça de vestuário festivo que revelava distinção social e, talvez, até exclusão. Dependendo do abadá de determinado bloco que você estava vestindo, você era visto e tratado de maneiras diferentes.

E hoje? Será que isso mudou? Sob o meu olhar, os abadás sempre foram elementos de distinção social, e com o crescimento dos camarotes, essa questão se intensificou.

Com isso, cabe a pergunta: todos os corpos têm a mesma oportunidade de customizar essas peças? A customização dos abadás, que se tornou quase um ritual no Carnaval, é um reflexo claro da busca por individualidade e status, mas nem todo corpo tem esse direito.

Surge ainda outra questão: o dinheiro da customização não seria uma forma de valorizar e gerar renda para as costureiras e pequenos ateliês locais? Será que, ao reformarmos mais nossas roupas e consumirmos menos, poderíamos estimular essa economia criativa e sustentável durante o ano inteiro?

E o que acontece com os resíduos da personalização dos abadás e o impacto disso na cadeia produtiva?

Quando fui pegar minha camisa do Viva Bahia, tive a oportunidade de conhecer o projeto Refoliar, uma iniciativa de duas empreendedoras que transforma as sobras têxteis dos abadás descartados em mochilas escolares para estudantes da rede pública de ensino. Uma proposta de reaproveitamento das peças que, além de minimizar o impacto ambiental, gera um impacto social positivo, contribuindo com a educação de crianças e jovens.

Além disso, a colaboração do @camexpresso2222 com a Riachuelo, utilizando algodão orgânico da agricultura familiar, mostra uma outra faceta da moda consciente. Essa parceria promove o uso de matérias-primas sustentáveis, valorizando a produção local e ajudando a diminuir os danos ambientais causados pelo consumo de tecidos convencionais.

E a inovação não para por aí: o @camarotebrown decidiu eliminar os abadás de vez, optando apenas por pulseiras de acesso, um modelo mais sustentável e inclusivo, que pode inspirar outras iniciativas no setor de eventos.

Essas ações podem realmente mudar a forma como consumimos moda no Carnaval? Será possível criar um movimento de moda consciente no maior evento do país, respeitando a individualidade, o meio ambiente e a valorização das costureiras?

Acredito que esse debate foi aberto e vale a pena aprofundarmos ainda mais… o planeta e a vida agradecem.

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Met Gala 2025: A Elegância e Resistência do Estilo Negro no Centro dos Holofotes

Met Gala 2025 já tem seu tema definido, e ele promete trazer uma forte valorização da cultura e identidade negra. O dress code deste ano, anunciado pelo Metropolitan Museum of Art de Nova York, será “Tailored for You” (Feito Sob Medida para Você), acompanhando a abertura da exposição “Superfine: Tailoring Black Style” (Impecável: Moldando o Estilo Negro), que estreia no dia 5 de maio.

A exposição, revelada pela Vogue ainda em outubro de 2024, tem como foco o Black Dandyism, um movimento histórico que ressignificou elementos da moda europeia, transformando-os em uma expressão de identidade, resistência e sofisticação para homens negros. De acordo com o acervo Primeiros Negros, essa estética representava muito mais do que elegância—era um posicionamento político contra o racismo e os estereótipos, desafiando a opressão através do vestuário. Pela primeira vez, o Met Gala coloca esse legado no centro das atenções.

A exposição estará em cartaz de maio a outubro e reunirá peças icônicas, fotografias, obras de arte, textos históricos e artefatos, trazendo uma abordagem inédita para a moda masculina—tema que não recebia tanto destaque desde a mostra “Men in Skirts”, em 2003. O conceito é inspirado no livro da curadora convidada Monica L. MillerSlaves to Fashion: Black Dandyism and the Styling of Black Diasporic Identity (2009), referência essencial para compreender o impacto do dândi negro na moda e na sociedade.

Dividida em 12 seções, a exposição explorará diferentes aspectos desse estilo, como Propriedade, Presença, Distinção, Disfarce, Liberdade, Campeão, Respeitabilidade, Jook (um espaço de lazer e celebração), Patrimônio, Beleza, Cool e Cosmopolitismo.

Conhecido como a “maior noite da moda”, o Met Gala arrecada fundos para o Metropolitan Museum of Art na tradicional primeira segunda-feira de maio, reunindo grandes nomes da moda e do entretenimento. Este ano, o evento contará com Lewis Hamilton, A$AP Rocky e Pharrell Williamscomo co-anfitriões, garantindo um red carpet que promete ser memorável.

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Pop-Up de Verão no Palacete Tira Chapé: moda, arte e experiências exclusivas!

Palacete Tira Chapé, um dos espaços mais charmosos de Salvador, recebe sua Pop-Up de Verão, reunindo marcas autorais que são referência em estilo e criatividade. De 4 a 22 de fevereiro, o primeiro andar do casarão se transforma em um ponto de encontro para quem valoriza moda, arte e experiências únicas. O evento acontece das 12h às 20h, com fechamento às segundas-feiras.

Depois do sucesso da Pop-Up de Natal, a iniciativa retorna em parceria com Andrea Velame, Nathália Velame e IDEAH, trazendo uma curadoria exclusiva de talentos nacionais e internacionais. Entre os destaques estão Cristalli, Fause Haten Joias, Ju Penedo, Kolombina, Luana Rodrigues, Miranda, Petrucci Roma, Pythia, Su Misura, Usina de Arte e Victoria Faco, oferecendo desde moda e acessórios até experiências imperdíveis.

Mais do que um evento, a Pop-Up de Verão é um convite para celebrar a criatividade e a identidade da moda contemporânea em um cenário histórico. Se você busca peças exclusivas e quer viver a moda de forma autêntica, esse é o lugar para estar!

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Da Paris Fashion Week ao Grammy: O Conflito entre Restrição e Exposição do Corpo da Mulher na Moda Atual

Durante a última edição da Paris Fashion Week, as passarelas de Schiaparelli, Valentino e Dior apresentaram coleções que, embora inspiradas em estéticas do passado, reproduzem um modelo de vestuário que, longe de celebrar a liberdade, se caracteriza por estruturar rigidamente os corpos das mulheres.

Em vez de proporcionar conforto ou autonomia, os looks – com cortes e modelagens reminiscente de tempos em que o corpo feminino era rigidamente controlado – restringem movimentos e impõem uma estética que subordina a figura da mulher a padrões tradicionais.

Ao ver o uso de barbatanas em corselets, anquinhas e peças estruturadas, fui remetida à exposição El Cuerpo Vestido, que visitei no Museu de Design de Barcelona. A mostra foi um verdadeiro choque de realidade, apresentando trajes e estruturas de madeira que ilustravam os volumes e formatos do corpo idealizado para as mulheres em diferentes épocas. Historicamente, o vestuário feminino foi sistematicamente concebido para impor restrições, funcionando muitas vezes como uma ferramenta de controle social, em vez de promover a emancipação.

Comparando esse cenário da Paris Fashion Week com períodos passados, é possível notar que, mesmo diante de avanços na luta contra o patriarcado, a moda, em diversos momentos, recorre a referências históricas para retomar práticas de contenção e limitação. Seria esse o espírito do nosso tempo? O atual Zeitgeist?

Na mesma semana, a aparição de Kanye West ao lado de Bianca Censori reforçou esse debate. O rapper, conhecido por suas intervenções polêmicas, frequentemente utiliza os corpos femininos – expostos e transformados em meros acessórios para sua própria narrativa – como instrumento para demonstração do seu poder. Essa postura, longe de romper com antigas demonstrações de dominação, revela uma continuidade inquietante: os corpos das mulheres seguem sendo manipulados para servir a interesses que restringem sua verdadeira liberdade e conforto.

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Noite da Aclamação: Quando o Dress Code Celebra a Moda Baiana

E quando o dress code vai além da estética e se torna uma afirmação de respeito, criatividade e valorização da moda autoral baiana? Foi exatamente essa a proposta da Noite da Aclamação, que reuniu talento, identidade e sofisticação em uma celebração inesquecível.

Os looks da noite foram um verdadeiro desfile de arte e representatividade, com estilistas locais imprimindo sua assinatura única nos convidados. O resultado? Produções impactantes que reafirmam a potência da moda baiana.

Os anfitriões deram o tom de criatividade: Leo Santana (@leosantana) e Lore Improta (@loreimprota) brilharam em criações da Meninos Rei (@meninosrei), marca que também vestiu Vivian Amorim (@amorimvivian) . Mais tarde, Lore encantou com um vestido branco assinado pelo Ateliê Mão de Mãe (@ateliemaodemae), enquanto Leo se destacou em uma blusa de crochê vermelho, também da marca.

O mestre da palha, Ed Carlos (@ed_cdesign), vestiu a influenciadora Laura Brito (@laurabrito) com um vestido estruturado formando ondas, um verdadeiro espetáculo de design e artesania. Na coletiva de imprensa, Lore também escolheu um look assinado por ele, reforçando a riqueza dos trabalhos artesanais baianos.

O talento de Inttuí (@inttui_), de Wash (@washcarvalhoo) , foi destaque nos visuais impecáveis de Lucas Pizane, Giovana Lima, Alesson, Fábio e Uran, enquanto Monica Anjos (@marcamonicaanjos) trouxe sua força criativa para a apresentadora Val Benvindo (@valbenvindo) .

Ateliê Mão de Mãe, de Patrick (@patrickfortuna) e Vini, (@vinisantan_a), também vestiu Rafaela Moreira, reafirmando sua identidade vibrante e cheia de personalidade.

Cada look escolhido para a Noite da Aclamação reforça o poder da moda como expressão de cultura e identidade. Mais do que um evento, uma reverência ao talento e à riqueza da criação baiana!

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