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Está todo mundo falando e desejando coturno tratorado, não é?

No meu subconsciente, o coturno esta atrelado à subcultura e ao vestuário masculino, mas procurei mais informações para saber se não estava enganada. Eu não queria ler sobre sapato com perneira ou bota sem cadarço. Queria ver umas referências históricas do coturno como ele é.

Vi imagens de botas na história de diversas culturas. Vi as botas dos cavaleiros mongóis, onde haviam peças de metal que protegiam suas pernas e davam estabilidade durante a montaria. Vi botas nos esquimós que serviam como proteção ao frio e, por isso, precisavam ter pelos. E na Europa Ocidental, as botas aparecem em tradições folclóricas. O traje português é um exemplo. Mas, nenhuma delas apresentava o cadarço do coturno atual. 

Os sapatos que mais se assemelhavam aos coturnos eram os da primeira guerra. Os sapatos com perneiras dos oficiais ocidentais e as botas de algumas imagens russas. 

Fui finalmente buscar o coturno nas subculturas mais recentes e o encontrei calçando alguns poucos motociclistas dos anos 50. 

Foi ao ver as imagens da subcultura dos skinheads dos anos 60 que tudo fez sentido. Já que os skinheads pensam de forma nacionalista, assim como os russos na 2ª Guerra. Nessa época dos primeiros skinheads, os coturnos eram combinados com calças, jeans, suspensórios e casacos com pele de carneiro. 

Não esquecendo que, em diversas outras subculturas – o que você pode chamar também de culturas contestadoras à dominante -, os coturnos foram expressões de rebeldia. Punks, roqueiros e metaleiros são exemplos. 

E hoje? Por que estamos falando e desejando comprar coturnos? Vale lembrar que na coleção INVERNO de 2020 da Prada os coturnos tratorados foram desfilados. Tinha até bolsinha na bota. Os lançadores de tendências usaram, viraram chacota, a bolsinha saiu e agora em 2022 tem coturnos tratorados em uma infinidade de marcas. 

Como usar? Para saber como usar uma peça da moda é só lembrar o que ela agrega ao look. No caso do coturno, ele traz peso e rebeldia. Se o coturno for tratorado, o look fica ainda mais pesado.

Na hora de escolher é indispensável levar em consideração a variação de cor do couro. Um coturno branco ou bege vai causar menos impacto visual se estiver em uma composição com roupas de cores próximas e mais leves.

Ah! Uma característica do coturno é o cadarço fechando a abertura na frente. As vezes os designers substituem ou agregam fivelas. 

E aí? Vai usar?

Este texto foi postado originalmente no Aratu On https://aratuon.com.br/colunista/kikamaia/moda/esta-todo-mundo-falando-e-desejando-coturno-tratorado-nao-e

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Xadrez e botas: não espere o São João para usá-los

Junho chegou e as pessoas ficam desejando o São João para usarem a estampa xadrez e as botas.

Vamos combinar? Tem vários tipos de xadrez, muitos estilos de botas e não precisamos esperar as festas juninas para usá-los.  

Primeiro, vamos falar das botas. Podemos usá-las para protejer os pés da chuva. E em Salvador chove, mesmo não fazendo frio. Eu não vejo lógica em passar um dia inteiro com os pés molhados no lugar de protegê-los com as botas. 

Ok! Não precisa ser uma bota de cano longo. Algo em que a sensação térmica causa desconforto. Afinal, a capital baiana é uma cidade onde o julgamento corre solto. 

Tecnicamente, temos as seguintes botas: 

1 – Galocha: de plástico, que passou por uma estilização e ganhou estampas fashionistas;

2 – Coturno: considero um tipo de bota que nos traz uma mensagem de rebeldia e jovialidade. Isso ocorre pelo coturno já ter sido muito usado pelos jovens participantes de subculturas (ex.: grunge, punk, rocker, skinhead)

3 – Birken: também usada pelos jovens, principalmente os que se apropriaram de tachas e correntes de metal. Uma diferença entre esta e o coturno é a falta de obrigatoriedade da amarração com cadarços;

4 – Montaria: são longas e protegiam seus usuários do suor do cavalos. Não necessariamente se usava no frio. Nem temos essa desculpa para usá-las, né? Ao menos, não aqui em Salvador;

5 – Estilo cowboy: tem um bico fino. Seu solado não costuma ser de borracha. O solado desliza. Essas botas nos remetem aos filmes estadunidense de faroeste e, mais recentemente, com músicas e danças country;

6 – Open boot: é um misto de bota e sandália. Muito bem adaptável ao nosso clima. É comum ser achada e sequer ter esse nome no mercado. 

Temos outros modelos! E como usar cada uma delas? De todas as maneiras. Testando. Importante é saber o que cada modelo transmite. Assim, fica mais fácil entender que, ao vestir um longo vestido floral e acrescentar uma birken ao look, a pessoa acaba adicionando uma certa rebeldia ao romantismo das flores. 

Aproveitem junho, mas lembrem-se que podem seguir usando as botas. Basta querer!  

No próximo post vamos falar da estampa xadrez. 

Este texto foi originalmente postado no Aratu On https://aratuon.com.br/colunista/kikamaia/moda/xadrez-e-botas-nao-espere-o-sao-joao-para-usa-los

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