Hoje vivi uma emoção difícil de colocar em palavras. Fui à abertura da exposição “Okòtò: Espiral da evolução”, de Goya Lopes, no Museu de Arte Moderna da Bahia. E confesso: saí de lá profundamente tocada.
Goya sempre foi uma referência pra mim, mesmo antes de eu entender o que era moda. Há 25 anos, quando ainda trabalhava no aeroporto, eu passava na frente da loja onde seus tecidos estavam expostos… e parava. Encantada! Era como se aqueles panos me contassem histórias que eu ainda não sabia ler. Na época, eu nem imaginava que um dia trabalharia com moda. Mas Goya já me impactava, já me ensinava… silenciosamente.
Quando mergulhei nos estudos, compreendi o que meu olhar já intuía: Goya Lopes não é apenas estilista… é artista, é pensadora e é patrimônio vivo. Seu trabalho ultrapassa a estética. Seus tecidos são registros de memória, identidade e resistência. Ela entrelaça saberes ancestrais com linguagem contemporânea e transforma tudo em experiência cultural.

A exposição no MAM é um reconhecimento justo e necessário. Com mais de 50 anos de trajetória, Goya nos entrega uma mostra que reúne pinturas, gravuras, tecidos e uma instalação potente com fragmentos de sua produção têxtil. Uma verdadeira imersão no universo criativo de uma mulher que construiu um repertório visual profundamente ligado à cultura afro-brasileira e à história da moda baiana.
Sinto orgulho, reverência e gratidão por poder ver essa artista sendo celebrada como merece. E recomendo fortemente a visita.
A exposição está aberta no MAM-BA, a partir de amanhã, 9 de abril.
A curadoria é cuidadosa, o acervo é emocionante e a presença de Goya, mesmo em silêncio, ocupa cada canto da sala.
A moda é também sobre contar histórias e Goya é um capítulo essencial. (Emocionada!)
